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Experiências gastronômicas garantem viagem por legado negro

Pratos unem herança africana e cozinha contemporânea no Pelourinho

Na capital baiana, os pontos turísticos dividem o mesmo espaço com os pratos e bebidas típicos na lista dos atrativos, e os locais dessas referências gastronômicas acabam sendo os mais frequentados por turistas e soteropolitanos. E o Festival Salvador Capital Afro não esqueceu de reunir aqui algumas oportunidades que você não deve deixar escapar para viver a cidade a partir de experiências que vão te conquistar pelo paladar. É a memória de uma culinária afetiva preta que o baiano divide com o mundo.

O Cravinho

Vamos começar pelo O Cravinho (@cravinhobar), que fica no Largo Terreiro de Jesus, pertinho da Catedral Basílica de Salvador. A bebida que leva o mesmo nome é o ingresso para a imersão nesse universo. Quase obrigatório. A decoração lembra uma taberna, toda em madeira com barris de carvalho, umburana e jatobá, com outras bebidas de infusão, com cascas, folhas e frutas – maioria tem mel, limão e cachaça como base e, às vezes, leva vinho e catuaba – como Gabriela, Senzala, Capim Santo, Erva Doce, Gengibre, Jatobá, Canela e o famoso Cravinho. Ao todo são 30.

Quem prefere saber como isso tudo funciona junto pode pedir o ‘chuveirinho’. Para ele o atendente pega o copo e prepara uma dose que consiste na mistura de várias bebidas. É possível levar para casa para matar saudades ou presentear. As embalagens são garrafa plástica ou de louça decorada. O restaurante também oferece petiscos deliciosos, como o protagonista ensopado de moela, com farofa e molho lambão (uma espécie de vinagrete), bolinhos recheados, arrumadinho, camarão encapotado. As bebidas, total de nove, também podem ser encontradas no Bar do Carlinhos, na Rua João de Deus.

Roma Negra Salvador

Se a escolha é comer a culinária sofisticada com base na diáspora africana, o destino é o Roma Negra Salvador (@romanegrasalvador), no Terreiro de Jesus. Assim, a criatividade não tem limite. No cardápio de bebidas, destaque para o Yungo (beterraba, água de coco e cachaça), Mimosa (espumante e suco de laranja), Atotô (cachaça, xarope de pipoca e água com gás), Opará (cachaça, licor de laranja, limão e acerola). O pastel de bobó de galinha, o bolinho cítrico (abobrinha, cebola, queijo muçarela, com maionese de coentro), carne de sol com pirão de queijo coalho e chips de raízes, Jamba (arroz vermelho com tempero cajun da casa, frango, camarão e linguiça), agulhinha frita com pesto de coentro, Mulinga (efó de camarão na pasta de amendoim e leite de coco fresco empalhado na folha de bananeira), caldo de sururu com taboca crocante.

O espaço também é palco para sediar eventos, como palestras, lançamento de livros, debates, exposições, reuniões, apresentações artísticas. As referências estão em toda parte, como no painel com 128 personalidades negras que prende a atenção dos clientes. O nome faz referência à definição de Mãe Aninha, do Ilê Axé Opô Afonjá, que associou a capital baiana à religiosidade de matriz africana como a representação de Roma para os católicos. Em parceria com o projeto ‘Minha Cesta’, o empreendimento destina parte do faturamento para a compra de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade no Centro Histórico de Salvador.

Restaurante Alaíde do Feijão

Ainda mais antigo como referência negra na região, o restaurante Alaíde do Feijão (@alaidedofeijaooficial) ficou famoso pelo tempero, além do acolhimento e afeto que a anfitriã – morta em 2021 vítima de complicações após a Covid-19 – oferecia aos clientes e amigos no estabelecimento, localizado na Rua das Laranjeiras, hoje administrado por suas filhas. Nas paredes do imóvel, títulos e comendas, além de fotos com personalidades culturais e políticas. O espaço, com móveis de madeira, também é utilizado para reuniões ou para uma tarde agradável de conversa, com a feijoada sempre na mesa.

Restaurante Ó Paí, Ó

De expressão para alertar para algo que está ocorrendo, em bom baianês, passando por peça do Bando de Teatro Olodum, que ganhou versões de filme e série televisiva, o restaurante Ó Paí, Ó (@opaiopelo), no Terreiro de Jesus, do ator Érico Brás, que interpreta o personagem motorista de táxi Reginaldo, é o lugar de pratos com referências da cultura africana, como sarapatel, feijoada, cozido e xinxim de galinha. Como não poderia ser diferente, a questão cultural não foi esquecida, e obras de artistas plásticos decoram as paredes.

Dona Baiana

Se o tempo para o almoço for curto, o Dona Baiana (@dona_baiana) é a opção. O restaurante a quilo com cardápio bem diverso, com pratos típicos da cozinha regional e internacional, funciona na Praça da Sé em um casarão amarelo. O destaque vai para os pratos típicos, como moqueca, xinxim de galinha ou bofe, entre outros.

Cuco Bistrô

A cozinha nordestina de forma mais ampla, sofisticada e contemporânea é a especialidade do Cuco Bistrô (@cucobistro), no Largo do Cruzeiro de São Francisco, com opções veganas e vegetarianas, além de pães artesanais. Um dos pratos mais pedidos é o vaquejada do sertão, com carne de sol, purê de queijo coalho e feijão-fradinho, fumeiro com purê de batata-doce, requeijão e queijo coalho, bobó de camarão, sem contar a carta de cachaças premiadas na Cachaçaria do Cuco, drinques e sucos especiais.

Sorriso da Dadá

Pratos tradicionais com o bônus de um dos abraços mais contagiantes, só no Sorriso da Dadá (@sorriso_dada). A simpatia e o carisma de uma das quituteiras mais famosas da Bahia têm endereço certo no Pelourinho. Em um ambiente bem aconchegante e familiar estão disponíveis moquecas, bobó de camarão, acarajé, vatapá, doces caseiros, purê de banana-da-terra, frigideira, quiabada.

Restaurante Malembe

Se quiser uma viagem gastronômica em celebração à ancestralidade africana e afro-brasileira, é o que garante o restaurante Malembe (@malembesalvador). É mais um ponto da cena cultural soteropolitana. Além dos drinques autorais que fazem sucesso, como o afrodisia, o badauê, o coco Malembe, não deixe de pedir o risoto de camarão, a moamba de ginguba (frango, quiabo e amendoim), bolinho de feijoada, bolinho de estudante, carne de sol com farofa e vinagrete e o bolinho de abóbora com carne-seca.

Consulado Rosa Malê

Ao lado da Casa Olodum, ainda na mesma linha do legado ancestral com toque contemporâneo, mesclando memória afetiva e novos sabores, o Consulado Rosa Malê (@consuladorosamale), do ator, diretor e escritor carioca Rodrigo França, traz a proposta: culinária, arte e afeto. Arroz de hauçá, moquecas e drinques estão entre os preferidos dos visitantes. Além do restaurante, o espaço abriga loja, bar e casa de shows e eventos culturais, como lançamento de livros.

Restaurante Tropicália

Em seu perfil no Instagram, o restaurante Tropicália (@tropicaliarestaurante) tem a definição: o melhor da comida caseira. No entanto, oferece mais que isso. Moquecas, cozido, feijoada, quiabada, bisteca acebolada, rabada, carne assada com batata dorê são servidos em pratos de najé (louça de barro brunido e pintado com tauá, tipo de pigmento natural, ou pigmento industrializado), que é um utensílio artesanal incorporado ao hábito dos baianos e à memória afetiva que também lembra sabores. As mesas ficam na calçada que cerca a antiga Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Restaurante Escola Senac

Descendo na mesma rua, ao chegar ao Largo do Pelourinho, do lado esquerdo, funciona o melhor bufê de comida típica da capital baiana: 40 pratos e 10 sobremesas. Tem acarajé, abará, caruru, vatapá, moquecas, xinxim de galinha, efó, pirão de peixe, arroz de hauçá, arroz de coco, feijão de leite, língua, quibebe, maxixada, farofa de paçoca, quindim, manjar, cocada branca, cocada preta, ambrosia, entre outros. O Restaurante Escola Senac (@senacbahia) está instalado em um casarão colonial que também abriga o Museu da Gastronomia Baiana – com elementos formadores da culinária baiana –, o restaurante-museu-escola e o bar-museu Bahia Bar, com pratos e bebidas de todo o território. Sem contar uma loja com diversos livros sobre gastronomia brasileira e cursos que ensinam, por exemplo, a preparar acarajé e abará.

Restaurante Zanzibar

Se a preferência é buscar por critérios de habilidade com os temperos, aliada ao conhecimento das preferências dos orixás e respeito à religiosidade, os caminhos levam ao Santo Antônio Além do Carmo, casarão localizado ao lado da Igreja do Boqueirão. É lá que agora funciona o restaurante Zanzibar (@restaurantezanzibaroficial) – reduto da comida africana e suas releituras –, que permanece sob o comando da chef Ana Célia. Fundado há 45 anos, o restaurante já teve sede nos bairros do Garcia e Federação. Além dos já conhecidos pratos da culinária baiana, tem bolinho de inhame com peixe, patê de camarão seco com inhame, o frango Zanzibar (com molho de gengibre e batata-doce), carne de fumeiro com purê de banana-da-terra, Fufu Inhá (peixe frito no dendê com quiabo) e outras delícias.

Serviço:

O Cravinho
@cravinhobar/
Largo Terreiro de Jesus, nº 3, próximo à Catedral Basílica
Funcionamento: de segunda a domingo, das 11h às 19h
Site: http://www.ocravinho.com.br
Telefone: (71) 3322-6759 / 99314-6022

 Roma Negra
@romanegrasalvador/
Largo do Cruzeiro do São Francisco, nº 7, andar
Funcionamento: de segunda a sábado, das 11h às 23h

Alaíde do Feijão
@alaidedofeijaooficial/
Rua das Laranjeiras, 23
Funcionamento: todos os dias, das 11h às 22h

 Ó Paí, Ó
@opaiopelo/
Largo Terreiro de Jesus, 4
Funcionamento: de terça a domingo, das 12h às 22h

Dona Baiana
@dona_baiana/
Praça da Sé, 16/18
Funcionamento: todos os dias, das 11h às 15h
Telefone: (71) 3304-5846

Cuco Bistrô
@cucobistro/

Largo do Cruzeiro de São Francisco, nº 6
Fone: (71) 3321-8722
E-mail: cucobistro@gmail.com
Site: www.cucobistro.com.br
Facebook: www.fb.com/cucobistro
Funcionamento: de segunda a sábado, das 11h às 22h;  e domingos, das 11h às 18h

Sorriso da Dadá
@sorriso_dada/
Rua Frei Vicente, 05
Funcionamento: de terça a domingo, das 12h às 17h
Telefone: (71) 3321-9642

 Malembe Food & Drinks
@malembesalvador/

Ladeira do Carmo, 7
Telefone: (71) 3242-0953
Facebook: @malembesalvadorbar 
Funcionamento: de terça a sábado, das  17h às 23h; e domingo, das 12h às 21h

Consulado Rosa Malê
@consuladorosamale/
Rua Gregório de Mattos  – Maciel de Baixo, nº 20
Funcionamento: de terça a quinta, das 11h às 22h; sexta e sábado, das 11h45 à 0h; e  domingos, das 11h45 às 17h

Tropicália
@tropicaliarestaurante/
Rua das Portas do Carmo, 1
Telefones: (71) 98887-5339 e 3266-2513
Funcionamento: de segunda a domingo, das 11h às 22h

Senac Pelourinho
@senacbahia/

Largo do Pelourinho, 13
Funcionamento: de segunda a domingo, das 11h30 às 15h30 

 Zanzibar
@restaurantezanzibaroficial/

Rua Direita de Santo Antônio, 60-B – Santo Antônio Além do Carmo
Funcionamento: terça, quarta e domingo, das 12h às 18h; e quinta, sexta e sábado, das 12h às 23h