{"id":29851,"date":"2021-07-30T17:28:10","date_gmt":"2021-07-30T20:28:10","guid":{"rendered":"https:\/\/www.salvadordabahia.com\/?p=29851"},"modified":"2021-07-30T17:32:51","modified_gmt":"2021-07-30T20:32:51","slug":"as-delicias-gastronomicas-da-bahia-bolinho-de-estudante","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.salvadordabahia.com\/as-delicias-gastronomicas-da-bahia-bolinho-de-estudante\/","title":{"rendered":"As del\u00edcias gastron\u00f4micas da Bahia: Bolinho de estudante"},"content":{"rendered":"<h2 style=\"text-align: center;\">Dos tabuleiros das baianas at\u00e9 hist\u00f3rias de Jorge Amado, conhe\u00e7a mais essa gostosura da culin\u00e1ria baiana<\/h2>\n<div class=\"image-content image-content-full\">\n\t\t\t\t<picture><source media=\"(min-width:768px)\" srcset=\"https:\/\/www.salvadordabahia.com\/wp-content\/uploads\/2018\/11\/Acaraj\u00e9-da-Dinha-Rio-Vermelho-Salvador-Bahia-Foto-Amanda-Oliveira-2-400x600.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"img-legend img-responsive\" src=\"https:\/\/www.salvadordabahia.com\/wp-content\/uploads\/2018\/11\/Acaraj\u00e9-da-Dinha-Rio-Vermelho-Salvador-Bahia-Foto-Amanda-Oliveira-2-400x600.jpg\" width=\"400\" height=\"600\">\n\t\t\t\t<\/picture>\n<div class=\"container\">\n<div class=\"legend\">\n\t\t\t\t\t\t<span>O Bolinho de estudante \u00e9 um dos quitutes encontrados em um tabuleiro de baiana. Salvador, Bahia Foto: Amanda Oliveira.<\/span>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n<\/p><\/div>\n<\/p><\/div>\n<p>O bolinho de estudante \u00e9 um doce feito de massa de tapioca frito, coco, a\u00e7\u00facar e canela. Reza a lenda que o bolinho deve ser comido ainda quente, pois a massa \u00e9 mais saborosa assim. O a\u00e7\u00facar misturado \u00e0 canela forma uma casquinha deixando o bolinho crocante por fora e macio por dentro: \u00e9 um suspiro a cada mordida.<\/p>\n<p>Ele \u00e9 sobremesa nas casas para o lanche da tarde, tamb\u00e9m ficam uma del\u00edcia acompanhados de um bom caf\u00e9. Muitos restaurantes e docerias servem este alimento. Mesmo assim, o local mais tradicional \u00e9 mesmo o tabuleiro da baiana de acaraj\u00e9.<\/p>\n<p>As baianas de acaraj\u00e9 s\u00e3o mem\u00f3ria hist\u00f3rica e afetiva da Bahia. S\u00e3o elas que apresentam a cidade, os costumes e os sabores de Salvador. Definitivamente, ser\u00e1 por elas, atrav\u00e9s de seus quitutes, que sua experi\u00eancia na cidade vai ser ainda mais profunda. No tabuleiro da baiana tem que ter: acaraj\u00e9, abar\u00e1, vatap\u00e1, caruru, camar\u00e3o, salada e pimenta, al\u00e9m de cocada, bolinho de estudante e passarinha. Mas tudo isso fica a crit\u00e9rio de cada baiana.<\/p>\n<h3>Feito a punho<\/h3>\n<p>O ingrediente b\u00e1sico do bolinho de estudante \u00e9 a farinha de tapioca, produzida durante a fabrica\u00e7\u00e3o da farinha de mandioca. Para dar liga, d\u00e1 trabalho. A maior habilidade para se fazer a receita est\u00e1 na forma de manipular a massa, de fazer com o punho o movimento certo, que faz com que ele seja conhecido como um doce \u201c<a href=\"https:\/\/www.ba.senac.br\/servicos\/coluna_raul_lody\/8229?title=bolinho-de-estudante\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">feito a punho<\/a>\u201d. Com a massa, fazem-se bolinhos que s\u00e3o fritos no \u00f3leo de milho ou no azeite doce.<\/p>\n<h3>O bolinho e as hist\u00f3rias de Jorge Amado<\/h3>\n<p>Para voc\u00ea que ama a obra de Jorge Amado, come-se bolinho de estudante em: \u201cO Sumi\u00e7o da Santa\u201d. O livro de Paloma Jorge Amado, \u201cA Comida Baiana de Jorge Amado \u2013 ou O Livro de Cozinha de Pedro Archanjo com as Merendas de Dona Flor\u201d, onde literatura e gastronomia se fundem em receitas e contos, diz que o bolinho de estudante \u00e9 mais conhecido por punheta, nome que d\u00e1 margem a muitas brincadeiras. \u00c9 sobre o nome do bolinho que conversam Manela e Rom\u00e9lia, em O Sumi\u00e7o da Santa.<\/p>\n<p>\u201cRom\u00e9lia a conhecia, punha-lhe a b\u00ean\u00e7\u00e3o e pilheriavam a prop\u00f3sito do nome verdadeiro do chamado bolinho de estudante. Como \u00e9 mesmo, tia Rom\u00e9lia? E tu n\u00e3o sabe, menina? Olha que tu sabe muito bem, o nome \u00e9 punheta, bolinho de estudante \u00e9 pron\u00fancia de besta. (&#8230;)\u201d (O Sumi\u00e7o da Santa)<\/p>\n<h3>A origem do bolinho<\/h3>\n<p>O livro Cozinhando Hist\u00f3rias \u2013 Receitas, Hist\u00f3rias e Mitos de Pratos Afro-brasileiros, escrito por Josmara B. Fregoneze, Marlene Jesus da Costa e Nancy Sousa, mais conhecida como Dona Cici.*, conta que no s\u00e9culo XVIII, as negras quituteiras, escravas de ganho e negras forras, percorriam ruas de Salvador vendendo bolos, sequilhos, doces de frutas secas, bolinho de goma, confeitos, arroz doce, p\u00e3o de l\u00f3, queimado, cocadas e diversas outras guloseimas.<\/p>\n<p>Segundo as autoras, os doces eram preparados em casa e vendidos nas ruas em tabuleiros de madeira forrados com folhas de bananeira, com toalhas de pano, t\u00e3o alvas quanto o coco, e toalhas de papel rendado. Algumas doceiras tinham pontos fixos, mas outras andavam pelas ruas com seus tabuleiros na cabe\u00e7a apregoando suas del\u00edcias.<\/p>\n<p>Mais tarde, no s\u00e9culo XX, as baianas de tabuleiro estabeleceram seus pontos \u00e0s portas dos col\u00e9gios, onde suas guloseimas faziam sucesso entre a crian\u00e7ada e um dos doces preferidos eram os bolinhos de tapioca com coco ralado, que eram assados na hora, e os meninos e meninas comiam ainda quentinhos. Assim, segundo o livro, este bolinho ficou conhecido como bolinho de estudante.<\/p>\n<h3>Ingredientes e modo de preparo<\/h3>\n<p>1 kg de farinha de tapioca; \u00bd kg de farinha de mandioca; 2 cocos grandes ralados; 1 colher (ch\u00e1) de sal; 2 x\u00edcaras de a\u00e7\u00facar; 2 copos de \u00e1gua; cravo e canela em peda\u00e7os.<br \/>\nEm uma vasilha misture a tapioca, o coco ralado, o a\u00e7\u00facar e o sal e reserve. Ferva a \u00e1gua com alguns peda\u00e7os de cravo e de canela e adicione aos poucos aos demais ingredientes misturando bem at\u00e9 formar uma massa pastosa. Deixe descansar por cerca de 30 minutos. Modele os bolinhos e passe na farinha de mandioca. Asse na brasa (ou frite em \u00f3leo de milho). Passe os bolinhos em uma mistura de a\u00e7\u00facar e canela em p\u00f3. (receita retirada do livro Cozinhando Hist\u00f3rias \u2013 Receitas, Hist\u00f3rias e Mitos de Pratos Afro-brasileiros)<\/p>\n<p>Por Fernanda Slama<br \/>\nCoordenadora de Conte\u00fado do portal Salvadordabahia.com<\/p>\n<p>Nota:<br \/>\nLivro: * \u201cCozinhando Hist\u00f3rias \u2013 Receitas, Hist\u00f3rias e Mitos de Pratos Afro-brasileiros\u201d com fotos de Pierre Verger. Foi escrito por Josmara B. 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